terça-feira, 21 de maio de 2013
Lídia
Bebo hoje ou amanhã nem sei! Não quero acordar beijando a sarjeta, deus me livre, isso não! Quero aquele estado de leveza que o álcool possibilita, quero escapar um pouco desse meu cotidiano que se tornou maçante nem sei como ou porque! Quando vi acordava do meu lado, almoçava comigo e me levava pra passear. Ficou tão íntimo e cômodo a ponto de dizer “deixa estar”! Deixei e acabou ficando. Sem saída, me sinto estranha no meu próprio habitat, construído perfeitamente para uma vida confortável e feliz a um, a dois ou a três... - quem sabe? - Sabe, estava aqui pensando em como tudo isso aconteceu, procuro o “x” da questão e volto para o mesmo lugar. Não! Não me sinto culpada pelas escolhas que fiz, foram feitas e pronto. Remediado está. Pelo sim, pelo não, fico com o talvez seja bom sair mais cedo, não puxar conversa fiada com os colegas, entrar no carro e desligar o celular, não estou afim de muito papo hoje, apesar da necessidade de falar. Olho as luzes da cidade, sinto a noite cálida e ouço o rádio tocar enquanto a melancolia me abraça forte, então deixo estar, deixo estar...: "portas abertas, sonhos que vão ao ar tudo o que sonhei/ tudo o que mais pensei/ assim tudo vai seguir/ sem muita precaução/ ah, tempo que não volta/ é vida que se desfaz/ desfez e tudo vai seguir/ é a minha condição/ tanto que nem sei mais/ porque não olhar pra trás..."
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